JUDAS - A CARACTERIZAÇÃO DOS SEDUTORES ( PARTE ll)
murmuradores
JUDAS - A CARACTERIZAÇÃO DOS SEDUTORES ( PARTE ll)
15:48Leivison Barros
JUDAS - A
CARACTERIZAÇÃO DOS SEDUTORES ( PARTE ll)
Comentário
Expositivo
Tema: “ A
CARACTERIZAÇÃO DOS SEDUTORES ( PARTE ll) ”
Texto:
Judas 13-16
Introdução
Após
a breve “sentença” sumária sobre as pessoas que ameaçavam a igreja de dentro
dela (v. 4), e após a menção da seriedade dos juízos de Deus (v. 5-7), Judas
passa a fornecer uma descrição desses desencaminhadores nos v. 8-16. Tudo o que
foi dito até aqui vale para eles, porque agem da mesma maneira. Neste caso não
é feita uma exposição de suas doutrinas e opiniões.
Versículo 13
É verdade, têm uma aparência
singularmente “viva”. Afinal, são
muito ativos e querem movimentar muitas coisas, mas nisso não passam de ondas bravias do mar que espumam suas
próprias ignomínias ou sujidades. A maré pode parecer muito vigorosa e
eficaz, mas o que ela produz não passa de “espuma” sem qualquer proveito, e ainda mais
espuma que traz lixo para a praia.
Um exemplo palpável é aquele homem em Corinto que se casou com a esposa de seu pai,
para demonstrar sua liberdade, e do qual provavelmente uma parcela da igreja
parece ter-se orgulhado.
“ Geralmente
se ouve que há entre vós fornicação, e fornicação tal, que nem ainda entre os
gentios se nomeia, como é haver quem possua a mulher de seu pai.
” - 1 Coríntios 5:1
Manifestações semelhantes da nova “liberdade” talvez também tenham se
tornado conhecidas para Judas nas igrejas a que dirige sua séria exortação. Sob grande agitação somente virá à luz o
que é infame para o olhar puro.
Judas acrescenta mais uma ilustração:
os sedutores são estrelas errantes, para os quais a escuridão
das trevas está preservada eternamente.
Também nós conhecemos a designação “estrela” (“astro”) para caracterizar desempenhos especiais. Os representantes
da nova orientação pensam ser “estrelas”
brilhantes na igreja e quiçá tenham aplicado particularmente a si mesmos a
profecia de Dn 12.3, de que “aqueles que
ensinam brilharão como as estrelas sempre e eternamente”.
Contudo levam ao descaminho, como
estrelas que deixaram a trajetória ordenada por Deus. E enquanto pensam brilhar
de forma especial e difundir luz, “a
escuridão das trevas” é “eternamente”
o lugar de seu fim.
Versículo 14
Mais uma vez Judas passa a falar do
livro de Enoque, que o impressionara profundamente. O que se lia ali referente
ao futuro, ele agora vê cumprido na atualidade. Era importante para ele que já
Enoque, como o sétimo desde Adão, havia prenunciado o juízo. Ou seja, estava
estabelecido desde o início, por isso sua concretização é muito mais infalível.
Entretanto profetizou também para esses o sétimo desde Adão, Enoque, dizendo:
Eis
que vem o Senhor com suas miríades, para exercer juízo sobre todos os ímpios
por causa de todas as obras de sua impiedade que praticaram impiamente. O
Senhor que retorna como Juiz universal não vem sozinho. Acompanham-no as
“santas miríades”, poderosos exércitos de anjos.
Versículo 15
O juízo não acontece às
escondidas e em silêncio, mas de forma totalmente pública. Incontáveis
seres brilhantes são testemunhas da culpa e da vergonha daqueles que agora se
portam tão grandiosa e arrogantemente diante dos singelos membros da igreja.
Que impressão terrível isso será para todos os que têm de comparecer diante
desse juiz! Judas acumula nesta frase a palavra asebés = “ímpio”.
Pessoas são julgadas – os não-devotos – não
por causa de equívocos intelectuais em si, mas por causa de todas as obras de
sua impiedade que praticaram impiamente. Obviamente nosso pensar constitui a fonte de nossos atos
( “ E faz que a todos, pequenos e
grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita,
ou nas suas testas,”
- Apocalipse 13:16 ),
Assim como
inversamente nossa atitude prática na vida também deturpa nosso pensamento.
Contudo no
juízo de Deus estão em questão as obras, as concretizações, impossíveis de
serem negadas ou declaradas inofensivas, de sua “impiedade” e pecaminosidade,
pelas quais os atos se deixam determinar.
Isso é
particularmente grave para aqueles que viviam na igreja de Jesus, conheciam a
graça de Deus e apesar disso não se deixaram salvar e transformar por ela, mas
“pervertem a graça de nosso Deus em
libertinagem” (v. 4). Contudo, das obras também fazem parte as palavras,
assim como o próprio Jesus atribuía a cada palavra proferida pelas pessoas uma
importância decisiva para o juízo: Mt 12.36s; Lc 19.22.
“ Mas eu vos digo que de toda a
palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo.” - Mateus 12:36
“ Porém, ele lhe
disse: Mau servo, pela tua boca te julgarei. Sabias que eu sou homem rigoroso,
que tomo o que não pus, e sego o que não semeei;” - Lucas 19:22
Consequentemente,
também Judas acrescenta:
Os “ímpios” são julgados por causa de todas as (palavras) duras que
proferiram contra ele como ímpios pecadores.
A dimensão disso não precisa ser elucidada,
porque os destinatários da carta já a conhecem. É bem possível que grupos
gnósticos tenham contraposto à cristologia apostólica algumas declarações sobre
Jesus que foram percebidas como ridículas.
Para eles
Jesus era um dado irrelevante, com o qual o verdadeiro Cristo-Espírito se havia
ligado apenas transitoriamente. Ou então já existia entre os novos mestres
aquela opinião que mais tarde se desenvolveu de forma mais ampla, p. ex., pelo
gnóstico Marcião.
( Marcião
de Sinope - ou Marcion - (em grego: Μαρκίων Σινώπης; c. 85 – 160) foi um dos mais proeminentes heresiarcas durante o
Cristianismo primitivo. A sua teologia chamada marcionismo propunha
dois deuses distintos, um no Antigo Testamento e outro
no Novo
Testamento, foi denunciada pelos Pais da Igreja e ele foi
excomungado. Curiosamente
esta separação será posteriormente adoptada pela igreja e utilizada a partir de
Tertuliano, assim
como a sua rejeição de muitos livros que seus contemporâneos consideravam como parte
das escrituras mostrou à Igreja antiga a
urgência do desenvolvimento de um cânon bíblico. )
Segundo
ela o Deus do AT é o “fazedor” deste
mundo terrível e sofrido, a ser completamente rejeitado por todos que
reconheceram o verdadeiro Deus do amor em Cristo. Nesse caso pode ser que “palavras duras” tenham sido levantadas
contra aquele que para a proclamação apostólica era “santo”, Criador do mundo e
Deus de Israel, o mesmo conhecido também como o Pai de Jesus Cristo.
Por isso
para os inovadores os mandamentos que o severo “demiurgo” ou “fazedor dos
mundos”, como designavam pejorativamente a Javé, o Deus de Israel, havia
imposto aos humanos como tortura e opressão não valiam nada.
Versículo 16
A frase
seguinte ainda pode fazer referência a essa nova orientação frente ao Deus do
AT, inclusive se estiver revelando simultaneamente uma nova faceta da natureza
das pessoas que põem a igreja em risco.
Esses são murmuradores,
zangando-se com sua sorte, andando segundo suas paixões. Se este
mundo com seus sofrimentos e angústias era feitura de um infausto “demiurgo”, justificava-se plenamente a
“murmuração” contra o estado atual
da vida. Era lícito zangar-se descontroladamente com sua sorte e voltar-se
indignado contra o construtor deste pior dos mundos.
Ao que
parece, os novos mestres e seus adeptos faziam isso de sobra. Afinal, era algo
que o coração do ser humano natural assimilava facilmente. Mas que perigo havia
nisso para a igreja!
A “murmuração” e “zanga com Deus” foi a forma peculiar com que Israel pecou na
travessia do deserto após sua milagrosa libertação pela vigorosa e
misericordiosa mão de Deus (Êx 16.1-8;
Nm 14.26-30; 20.13,24 - LEIAM). Aqui se mostram incredulidade e ingratidão!
Será que a igreja da nova aliança, que experimentou o amor redentor de Deus de
forma ainda muito melhor, cairá no mesmo pecado? Judas vê nitidamente o que fundamenta
“murmuração” e “zanga”.
É algo que
vem do coração daqueles que andam segundo suas paixões. A configuração deste
mundo, com suas carências, apertos e durezas, coloca limites intransponíveis
para nossas paixões. Mas elas são atrapalhadas, acima de tudo pelos mandamentos
de Deus. O ser humano está impedido de vivenciar desinibidamente seus desejos,
razão pela qual se zanga com sua sorte e xinga a Deus, que seria culpado dessa
má sorte.
Nesse caso
o amor de Deus na entrega do próprio Filho por pessoas perdidas foi
completamente esquecido ou desprezado. Sua boca profere arrogâncias. Novamente
surge uma repercussão do livro de Enoque, que diz no cap. 5: “E vós
injuriastes sua majestade através de palavras teimosas e arrogantes vindas de
vossos lábios impuros.”
Nos
inovadores de fato e com certeza se podia constatar a rejeição proposital
daquela atitude que encontramos em todas as personagens bíblicas e que Pedro
sintetiza na palavra:
“Humilhai-vos,
pois, sob a poderosa mão de Deus” (1Pe 5.6).
Abaixo essa
miserável “humildade” – esse era o
novo lema, semelhante ao que também Paulo encontrara em certos grupos de
Corinto. A isso se acrescenta a desenvoltura verbal e a esplêndida riqueza de
ideias, contra o que a proclamação apostólica podia parecer estreita e
precária. Mesmo Paulo teve de ouvir em Corinto que sua apresentação pessoal era
fraca e seus discursos não tinham peso (2Co
10.10 - LEIAM).
Sim, em comparação aos grandes “detentores do Espírito” ele parecia “carnal” a muitos (2Co 10.2 - LEIAM). Judas
não se deixa confundir e também exorta a igreja a não se deixar impressionar
falsamente, mas a reconhecer com nitidez: Sua boca profere arrogâncias.
Mais um
aspecto parece ser característico: admiram pessoas por causa da vantagem. Na
instrução apostólica isso havia sido excluído expressamente (Tg 2.1-4), porque perante Deus “não existe acepção da pessoa” (Rm 2.11).
Mas é
evidente, quem “anda segundo suas
paixões” e visa “vantagem”
pessoal, cuidará de obter contato com pessoas influentes e abastadas, mostrará
a elas sua correspondente “admiração”
e as bajulará. Todo o pensamento e vida “gnósticos”
representavam uma forma de cristianismo que era acolhida com aplauso nos
segmentos superiores da população.
Raciocínios
espirituais interessantes, sem compromisso, e por isso com a simultânea “liberdade” para vivenciar as pulsões
naturais, era ideal para pessoas que além de seu nível de vida material também
demonstravam certos interesses intelectuais e religiosos. Gostam que os
representantes na nova tendência os admirem neste ponto e, em troca,
destinam-lhes diversas vantagens.
Entretanto,
talvez a frase também aponte para a “admiração”
e o “reconhecimento” que – como é
costume em grupos sectários e fanáticos – são dedicados a personalidades líderes isoladas.
Ressoam “nomes”, e pessoas são
celebradas. É vantajoso participar disso e alistar-se no grupo de adeptos
dessas celebridades. Mas isso constitui exatamente o oposto do que Jesus deu à
sua igreja como regra essencial: Mt
20.25-27; Jo 13.1-7; Mt 23.8-12. – LEIAM
Conclusão
Neste estudo nos foi dado as características
dos falsos mestres, estes são, murmuradores, da sua boca só saem palavras que
não edificam, palavras sem um pingo de gratidão, estes são descontente, a vida
lhes dada todos os dias não é suficiente, o seu guia, são os seus desejos
descontrolados e o mais importante, eles só falam o que você mais gosta de ouvir, então, fuja
destes.
Amém
FONTE
Werner de Boor
Seu humilde teólogo
Leivison Barros S.
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