Os
irrevogáveis decretos de Deus
As
Escrituras fazem menção dos decretos de Deus em muitas passagens, empregando
vários termos. A palavra "decreto"
acha-se no Salmo 2:7, etc. Em Efésios 3:11 lemos a respeito do Seu "eterno propósito". Em Atos 2:23,
do "... determinado conselho e
presciência de Deus... ". Em Efésios 1:9, do "... mistério da sua vontade... ".
Em Romanos 8:29 lemos que Ele também "predestinou".
Em Efésios 1:9, sobre "o seu
beneplácito".
Os decretos de Deus são
denominados Seu "conselho" para significar que são consumadamente
sábios.
São chamados Sua "vontade"
para mostrar que Ele não estava sob nenhum outro domínio, mas agiu de acordo
com o Seu beneplácito. Quando a
norma de conduta de uma pessoa é a sua
vontade, geralmente é caprichosa e irrazoável. Mas nos procedimentos
divinos a sabedoria
está sempre associada com a "vontade" e,
por conseguinte, os
decretos de Deus
são descritos como sendo "o conselho da sua
vontade" (Efésios 1:11).
Os decretos de
Deus se relacionam com todas as coisas futuras, sem exceção: o que quer que
seja feito no tempo, foi pré-ordenado antes de iniciar-se o tempo. O propósito
de Deus dizia respeito a todas as coisas, grandes e pequenas, boas e más,
conquanto, com referência a estas, devemos ter o cuidado de afirmar que, se bem que Deus é o Ordenador e Controlador
do pecado, não é o seu Autor do mesmo
modo como é o Autor do bem. O
pecado não poderia proceder de um Deus santo por criação direta e positiva,
mas somente por permissão decretatória e ação negativa. O decreto de Deus é tão abrangente como o Seu governo, estendendo-se a
todas as criaturas e a todos os eventos.
Deus não decretou meramente criar o
homem,
colocá-lo na terra, e depois deixá-lo entregue à sua própria direção descontrolada;
antes, fixou todas as circunstâncias do destino dos indivíduos, e todas as
particularidades que a história da raça humana compreende, desde o seu início
até o seu fim. Ele não decretou simplesmente o estabelecimento de leis gerais
para o governo do mundo, mas dispôs a aplicação dessas leis a todos os
casos particulares. Os nossos dias
estão contados, como contados estão os cabelos das nossas cabeças. Podemos
entender a extensão dos decretos divinos pelas distribuições providenciais,
mediante as quais eles são executados. Os cuidados de Deus alcançam as
criaturas, mais insignificantes e os mais diminutos eventos, como a morte
de um pardal e a queda de um fio de cabelo.
Consideremos
agora algumas das propriedades dos decretos divinos. Em primeiro lugar, são eternos. Supor que sequer um deles foi ditado dentro
do tempo, é supor que ocorreu algum novo
acontecimento, surgiu algum evento imprevisto ou alguma combinação
imprevista de circunstâncias, que induziu o Altíssimo a idealizar uma nova
resolução. Isto favoreceria a idéia de que o conhecimento de Deus é limitado e
que Ele vai ficando mais sábio conforme o tempo avança — o que seria uma horrível blasfêmia. Ninguém que creia que o
entendimento divino, é infinito, abrangendo o passado, o presente e o futuro,
jamais admitirá a errônea doutrina de decretos temporais. Deus não ignora os
eventos futuros que serão executados por volições humanos; Ele os predisse em
inúmeros casos, e a profecia não é nada menos do que a manifestação da Sua
presciência eterna.
As
Escrituras afirmam que os crentes foram escolhidos em Cristo antes da fundação
do mundo (Efésios 1:4), sim, que foi então que a “graça” lhes foi dada (2
Timóteo 1:9).
Finalmente,
procure-se supor e depois contemplar o oposto. Negar os decretos divinos seria proclamar um mundo, e
tudo que se relaciona com ele, regulado somente por acaso ou por destino cego.
Então, que paz, que segurança, que
consolo haveria para os nossos pobres corações e mentes? Que refúgio haveria
para onde fugir na hora da necessidade e da provação? Nada disso haveria. Não haveria nada menos que as
densas trevas e o abjeto horror do ateísmo. Oh meu leitor, quão agradecidos devemos estar porque tudo está determinado
pela infinita sabedoria e bondade de
Deus! Quanto louvor e gratidão devemos a Ele por Seus decretos! Graças a
estes "... sabemos que todas
as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles
que são chamados por seu decreto" (Romanos 8.28). Podemos muito bem
exclamar: "...glória pois a ele eternamente. Amém" (Romanos 11:36).
Fonte
A.W.PINK
Seu humilde teólogo,
Leivison Barros S.
1 comentários
Deus é absolutamente perfeito.
ResponderExcluir