Comentário Expositivo
Tema: O que torna o homem indigno?
Texto: “Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice
do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. ” –
l Coríntios 11:27
Introdução
No estudo de hoje aprenderemos coisas
maravilhosas concernentes ao reino de Deus, veremos princípios elementares
acerca da vida cristã. O tema é, O que torna o homem indigno? Veremos que o
assunto vai muito além de uma boa conduta e vida aparente, a vida cristã é uma
vida de demonstrações e práticas e ao mesmo tempo fé. Mergulhemos nestas
verdades e as coloquemos em prática.
- Problemas com a Ceia do Senhor –
Em primeiro lugar, as repreensões do
apóstolo Paulo à igreja ( ver. 11:17-22 ).
No versículo 2 deste mesmo capítulo,
o apóstolo tinha elogiado aos coríntios – “ E
louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e retendes os preceitos
como vo-los entreguei. ”
Entretanto no versículo 17, ele os
exorta sobre alguns assuntos muito importantes, tais quais, o amor ao próximo e
o caráter cristão. Além do culto à personalidade em torno de alguns líderes
(1.12), agora Paulo mostra que os crentes estavam indo à igreja e voltando para
casa piores (11.17).
É importante deixarmos claro que estas
exortações estavam sendo direcionadas para os cristãos mais ricos, ou melhor dizendo para
aqueles que tinham uma boa condição financeira.
O culto na igreja estava desembocando
em certo esnobismo perverso e odioso por parte dos ricos. Eles estavam
desprezando os pobres – “ Porque, ao comerdes, cada
um toma, antecipadamente, a sua própria ceia; e há quem tenha fome, ao passo
que há também quem se embriague ver. 11:21 ”
O versículo 17 termina, de uma
maneira muito interessante e importante –
“ Porquanto vos ajuntais não para
melhor e sim para pior ”
E vemos aqui neste versículo, o
intuito de estarmos reunidos como igreja, de sermos o povo de Deus, precisamos de unanimidade, união e é por isso que estamos juntos, é por isso que congregamos, as verdades bíblicas apontam para isto, João 10 - Somos as ovelhas dEle, João 15 - Somos a lavoura dEle, 1 Coríntios 12 - Somos o corpo dEle, entre outras referências ( Ezequiel 16, I Pedro e etc... ) e entre as referências citadas temos as seguintes!
Romanos 12:13 “ Comunicai
com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade
”
Atos 2:42 “ E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão,
e no partir do pão, e nas orações. ”
Atos 4:23-31 – A igreja ora “ E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam
reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a
palavra de Deus.
”
O nosso ajuntamento aqui, não é para pior, mas para melhor, e esta não era uma realidade no caso da igreja de Corinto.
Vemos também no versículo 18 que Paulo fala sobre divisões, e esta não é
a primeira vez, pois no capítulo 1:10 deste mesmo livro ele também fala destas divisões.
Os versículos 19 e 20 nos deixam bem claros duas coisas:
Paulo é realista, e observa que separações ocorrem por causa do
evangelho de Cristo. Ele não desculpa as cismas dentro da igreja, mas dá a
entender que os crentes verdadeiros devem se apartar de grupos hostis a este
evangelho. Ele insta para que os crentes se separem dos descrentes - 2Co 6.14-18 O texto citado retrata muito bem o que o apóstolo quer dizer sobre separar-se, quando não há reciprocidade num ideal maior – ESTA
PASSAGEM FALA SOBRE O JUGO DESIGUAL –
Esta interpretação do termo dissensão é reforçada pelo restante do
versículo, “para que aqueles que são [crentes]
aprovados possam tornar-se evidentes entre vocês”.
Com base no que, está separação ocorrerá?
Não nos é dito, exatamente o que são estas dissensões ou heresias, mas
sabemos que o assunto é a falta de amor ao próximo e caráter. Na luz de Mateus
25 ( apenas um exemplo ) nós vemos separação, daqueles que serviram e dos que não serviram.
O ver. 20, nos mostra, que quando os crentes desta igreja se congregam,
eles não podem celebrar apropriadamente a Ceia do Senhor, porque seus atos de
falta de amor e comportamento impróprio tornam inconcebível a verdadeira
observância. Os coríntios não mais honram o Senhor quando se ajuntam para uma
refeição ou para a Santa Comunhão. E este humilde teólogo arrisca-se em citar o
versículo 21 de l Coríntios 10 que diz, “ Não
podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser
participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios.
Apenas com a intenção de mostrar que quando não comemos da mesa do Senhor, somos participantes da mesa dos demônios.
1 Coríntios 10:21” Estou ciente que este versículo esta relacionado ao assunto,
idolatria, mas creio que podemos encaixa-lo neste contexto!
Veremos que nos versículos 21 a 22, que a Ceia do Senhor era celebrada
junto a uma confraternização, em Corinto, a Ceia do Senhor não era simplesmente
um símbolo da ingestão de alimentos e bebidas. Era uma verdadeira refeição.
Aparentemente, cada membro levava alimentos ao culto. Nas festas religiosas das
religiões pagãs, a divisão dos alimentos era muito comum, e recebia o nome de
eranio ou eranos ( palavra gregra, que significa
provavelmente banquete ).
Na Igreja Primitiva, seus membros
aparentemente também participavam, em certas ocasiões, de uma refeição comum
que recebia o nome de festa (ou banquete) do amor, ou ágape, alguns estudiosos
dizem que esta festa se deu início na última ceia, sendo esta celebrada na
festa da pascoa e rodeada de alimentos – Mateus 26:17-30 entre outras
referências (2 Pe 2.13; Jd 12).
Entretanto, em Corinto essa refeição não
representava o amor cristão, e nem mesmo a aparente boa vontade das festas
pagãs. Os coríntios não chegavam sequer aos padrões dos pagãos, porque estes
eram bem solidários em suas confraternizações.
Cada qual colocava diante de si as suas provisões, e se punha a
comê-las. Na verdade, comia “antes” do seu vizinho, o que dá descrição de uma
contenda indigna, ou talvez de alguns que, tendo levado comida, começavam
impacientemente a comer antes da chegada de outros (muitas
vezes os escravos não podiam chegar cedo).
O desenlace era que alguns,
que eram pobres, iam-se com fome, e outros, que eram ricos, bebiam demais. Há
um agudo contraste entre os pobres com fome (a qual faltava o alimento
necessário), e os ricos embriagados.
O que Paulo, quer dizer no versículo 22 é – “ A
casa da gente é o lugar onde se há de satisfazer a fome e a sede. ”
O versículo 23 é interessante, existem duas formas de interpretarmos o
versículo 23, literal, ou figurativo, Paulo disse que recebeu do Senhor a
fórmula da Santa Ceia. Ele quer dizer que Jesus comunicou essa fórmula na
ocasião em que Paulo foi convertido ou durante uma visão subseqüente? Ambas são
possíveis. Mas o Senhor Jesus também comunicou sua palavra indiretamente a
Paulo, como fez pela mediação de Ananias em Damasco (At 9.17). Assim, Paulo
pode querer dizer que alguns dos apóstolos lhe ensinaram as palavras da
instituição da Ceia do Senhor. Na verdade, Paulo passou quinze dias na
companhia de Pedro (Gl 1.18).
Os versículos 24 a 26, nos explicam o significado da Ceia do Senhor, e
consequentemente agrava, o comportamento repreensível dos Coríntios. A este
assunto não irei aprofundar-me.
Entretanto sabemos da importância da Ceia do Senhor, do símbolo envolto
a ela, a Ceia do Senhor deveria ser celebrada como um memorial ou lembrança que
nos faz lembrar da morte de um homem inocente por muitos injustos, que nos traz
a lembrança que nosso jugo de escravidão foi removido com a morte e
ressurreição do Cristo e aponta para futura pois diz “ Até
que venha ”, lembrando-nos do seu reino de paz a ser estabelecido, da
grande reconciliação que acontecerá.
E finalmente o versículo 27 que diz, “ Portanto,
qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será
culpado do corpo e do sangue do Senhor.
”
Outras traduções dizem –
“ será réu do... ” João F. R.A
“ será culpado de profanar... ” Bíblia judaica
“ será culpado de pecar... ” NVI
E depois disto tudo não é difícil saber o que torna o homem indigno,
todos estes versículos, apontando para pessoas insensíveis e sem amor ao
próximo e sem o mínimo de temor ao Senhor.
A atitude de uma pessoa pode não estar equilibrada com a importância da
ocasião. Se ela participar da Ceia do Senhor de forma frívola e descuidada, sem
respeito ou gratidão, ou mesmo se estiver em pecado ou manifestando amargura
contra outro irmão crente, estará participando indignamente.
Participar
indignamente é ser culpado do corpo e do sangue do Senhor. A palavra culpado (enochos) significa “ser passível do
efeito penal de um ato; aqui a palavra... [envolve] a culpa pela morte de
Cristo”. Ao invés de se apresentar à mesa com uma atitude imprópria ou
pecadora, o crente deve comparecer “na fé, e com o devido comportamento em
relação a tudo aquilo que é apropriado a este ritual solene”
Ou seja é culpa de profanar o corpo, porque não o respeita, porque considera-se
melhor que alguns, ( l Coríntios 12:12-27 ) e traz separação entre os irmãos e
é culpado do sangue do Senhor, porque se não lhe dá o justo temor e amor, não o
reconhece como o meio de quitação da pena da morte – 1 Pedro 1:19.
O versículo 28 e 29, nos serão extremamente úteis para formularmos
algumas perguntas de finalização!
O que eu devo fazer antes de celebrar a Ceia do Senhor?
Devo fazer uma autoanálise, devo olhar para dentro de mim, devo buscar
no mais profundo do meu ser se eu sou um transgressor do corpo, criando
contendas entre meus irmãos, fazendo acepção e separação no corpo de Cristo e
consequentemente se sou um transgressor do sangue do Senhor, se não dou a Ele o
valor merecido, se não sou eternamente grato por este vertido em minha vida.
E depois disto devo punir-me não participando da Ceia do Senhor?
Não. Pois o versículo termina “ Coma deste pão e beba deste cálice ”, aproprie-se de Cristo, tenha o seu sangue e o seu corpo como meios espirituais de nutrição para sua vida espiritual.
E se eu não considerar nenhum destes pontos, e mesmo celebrar a Ceia do
Senhor?
Você o faz para a sua condenação
Caro leitor, a intenção deste estudo, é mostrar que a vida cristã, gira em torno de amor, respeito, gratidão e entre outras coisas. Busque a cada dia, manifestar a gratidão a Deus e aplica-la em amor ao próximo.
Amém!
Seu humilde teólogo, Leivison Barros S.
Orare et labutare - Agostinho
0 comentários